Com o avanço da tecnologia e a globalização, o food defense se tornou essencial para garantir a segurança alimentar, preservando a integridade dos produtos e fortalecendo a confiança do consumidor.
Continue a leitura para entender como evitar riscos acidentais e ameaças externas, preservando a reputação da marca e contribuindo para a saúde pública.
O que é food defense? E qual é a sua importância?
Food defense é um termo em inglês que, se traduzido de forma literal, significa “defesa alimentar”. Portanto, o conceito nada mais é do que um conjunto de ações que visam a proteção dos produtos alimentícios de adulteração intencional ou não.
Contudo, essa prática é ainda mais importante nos dias de hoje devido ao avanço da tecnologia, globalização, ataques terroristas, e da disseminação rápida e em massa de doenças infecciosas.
Por isso, atualmente tem se abordado cada vez mais sobre a importância de combater o bioterrorismo. Essa prática refere-se, segundo a ABIN, “a introdução deliberada de vírus, bactérias, ou qualquer outro agente, com a intenção de provocar doenças ou morte em pessoas, animais, ou plantas”.
Segundo a American Family Physician (AAFP), entre 1981 e 2018, foram registrados 37 ataques bioterroristas em todo o mundo. E é nesse cenário que surge o food defense.
E esses esforços, como vimos, são coletivos e globais. Assim, além da responsabilidade do governo e suas agências, a indústria também tem o papel crucial de prevenir a contaminação intencional dos alimentos que produz.
Nesse caso, é preciso aplicar medidas proativas para proteger toda a cadeia produtiva de alimentos contra ameaças. Desde ações de segurança até práticas contra sabotagem, manipulação proposital e terrorismo.
Sendo assim, é um trabalho em conjunto com o food safety (segurança alimentar) para não só evitar a contaminação acidental e riscos microbiológicos, mas também dos riscos específicos e propositais.
Para isso, é necessário desenvolver uma cultura de conscientização sobre o tema. Isso garantirá que todos os envolvidos compreendam a importância de promover a proteção contra ameaças externas.
O que, por consequência, não apenas fortalece a confiança dos consumidores, mas também preserva a integridade e a reputação da empresa.
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Diferença entre food defense e food fraud
Embora não sejam sinônimos, ambos os termos são comumente confundidos. Mas como já mencionado acima, o food defense envolve as ações de defesa alimentar. Já o food fraud aborda as práticas contra a “fraude alimentar”.
Ou seja, o food fraud diz respeito às atividades fraudulentas que têm como objetivo obter ganhos financeiros, burlando normas e regulamentações estabelecidas para garantir a segurança e a qualidade dos alimentos.
Nesse caso, abrange a substituição, diluição ou adição de uma matéria-prima. Ou, até mesmo, a omissão de informações em rótulos e a adulteração do alimento para aumentar o valor final e reduzir custos com a produção.
Tudo isso pode até ser considerado como food fraud, gerando consequências legais a indústria alimentícia.
Portanto, enquanto um aborda sobre fatores mercadológicos (food fraud) e outro sobre as ações de defesa contra ameaças (food defense).
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Como aplicar o food defense?
Diante da importância do food defense, reunimos algumas dicas práticas de como aplicá-la na sua indústria de alimentos.
Veja a seguir!
1. Desenvolver planos de defesa alimentar
É fundamental que a indústria crie planos de defesa alimentar para lidar com ameaças internas e externas. Isto é, desde processos de vigilância de fornecedores e colaboradores, até sistemas que detectam contaminantes.
Também é preciso contar com planos de contingência que abordem operações de identificação de ameaças e de medidas corretivas. Como, por exemplo, ações de recall de produtos.
Esses protocolos ajudam a prevenir e a reagir rapidamente a qualquer violação, visando a saúde da população e a qualidade da produção.
A dica aqui é montar uma equipe especializada para ser a responsável por realizar o monitoramento constante das instalações, promovendo a segurança por completo.
2. Monitoramento e controle de acessos
Da mesma forma, é indispensável o controle total dos acessos. Essa é uma das principais medidas de segurança que ajudam na prática do food defense.
Nesse caso, é possível contar com tecnologias de biometria e sistemas avançados de vigilância para pontos mais sensíveis da produção. Assim, haverá uma maior dificuldade de entrada de pessoal não autorizado, evitando o bioterrorismo.
3. Colaboração com autoridades e conformidade com normas
A indústria também pode trabalhar em parceria com autoridades para contribuir com o food defense. Seja em projetos específicos ou no atendimento às exigências legais e normativas.
Como, por exemplo, a FSSC 22000 e ISO 22000 que abordam os sistemas de gestão de segurança alimentar. Ambas ajudam na adoção de práticas de segurança por meio da integração do controle de qualidade.
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4. Treinamento de funcionários
Ainda, é crucial que todos os colaboradores estejam treinados sobre o food defense, desde aqueles presentes na linha de produção até gestores.
É importante que eles não só entendam o impacto dessas ações, como também saibam aplicá-las, bem como identificar e reagir a comportamentos suspeitos ou possíveis ameaças.
Vale destacar também que essa prática colabora com a construção de uma cultura de segurança cada vez mais forte e intrínseca em cada membro da indústria.
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5. Uso de tecnologias de segurança
Por fim, deve-se investir em tecnologias de segurança. Ou seja, sistemas de inspeção de alimentos, rastreamentos, câmeras de segurança e mais.
Em outras palavras, são todas as inovações e ferramentas que ajudam a proteger as instalações, afetando desde o processo produtivo até o administrativo.
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Continue se aprofundando!
O food defense é um conjunto de práticas de responsabilidade de todos aqueles envolvidos na cadeia produtiva de alimentos. Por isso, para além de somente conhecer o conceito, é indispensável a prática do mesmo.
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